Estadão
Ao mesmo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro era interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na ação penal que investiga suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, o ex-presidente José Sarney recebia nesta terça-feira (10), uma homenagem no Tribunal de Contas da União (TCU) pelos 40 anos da redemocratização do País. A coincidência foi vista como simbólica por atores políticos.
Sarney foi ovacionado ao iniciar seu discurso, na presença do presidente da Corte de Contas, Vital do Rêgo Filho, e de figuras do MDB como o senador Renan Calheiros (AL) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
“Temos o dever de vigiar pela democracia e comemorá-la na expressão jurídica de Thomas Jefferson [ex-presidente dos Estados Unidos], quando ele dizia que o preço da liberdade é a eterna vigilância”, declarou Sarney. “Foi a liberdade que me coube implantar do regime que sufocara durante muito tempo, em uma longa noite, essa própria liberdade”, emendou.
Primeiro presidente civil do País após 21 anos de ditadura militar, Sarney assumiu o cargo após a morte de Tancredo Neves, que havia sido eleito para o Palácio do Planalto de forma indireta, mas morreu antes de tomar posse.